quinta-feira, 12 de maio de 2011

Tormento

Desde pequena ouço do meu sábio avô a expressão ‘tormento’, que ele usa para nomear as netas de maneira carinhosa. Porém, o que me faz vir aqui, agora, ainda com a toalha enrolada à cabeça nos úmidos cabelos é o conceito antônimo a esse, usado pelo meu avô.
Existe um tipo de tormento que instiga todo mundo, ou pelo menos, assim eu acredito, pois se não for desta maneira que acontece, preciso ir a um analista imediatamente. Diariamente, passamos e sentimos vários tormentos. E o que torna difícil de tocá-los e curá-los é que na maioria das vezes nem sabemos por que nascem, atormentam e fenecem, assim, de repente.
Angústias e anseios que rebentam e, automaticamente, buscam desenfreadamente uma válvula de escape, uma forma de desafogar. Mesmo que seja comer desesperadamente, dançar na solidão da casa enlouquecidamente ou gritar freneticamente. É imprescindível cuspir, exorcizar, e não amordaçar. E, como se não tivesse acontecido nada, o tormento foge, evapora, se apaga e, só de depor aqui, já nem lembro mais qual o tormento pesado que me fez sair do banho quente rapidamente para escrever. Pronto, era isso. Tormento acabou de bater a porta daqui de casa e ir embora. Vou secar os cabelos...(...)...

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