quarta-feira, 27 de março de 2013

Aqui jaz

Faz muito, muito tempo que não escrevo por aqui. Na verdade acho que a febre do facebook andou afastando a maioria dos blogueiros que sigo, exceto a amiga Natasha e o Carpinejar, que estão sempre nos atualizando com suas postagens. Até do twitter ando muito afastada. Mas enfim, se estou aqui escrevendo é porque algo me fez parar tudo o que tinha para fazer e dividir minhas vivências aqui...
Se o ser humano pudesse aprender 10% da lealdade e companheirismo que um cão é capaz de ter, o mundo não estaria tão perdido. Hoje faz um dia que Gerson, o Generoso - o labrador mais doce e lindo do mundo - morreu de uma forma repentina e cruel. É uma sensação tão difícil de mensurar, essa de nos darmos conta do quão somos impotentes, incapazes. Não consigo acreditar que ele não vai mais pular em mim, me sujando, arranhando e lambendo. Não aceito o fato de ter visto ele sentindo tanta dor e de ter o enterrado. É tão sureal isso.
Alguns podem até achar que é exagero sentir tanto pela perda de um cachorro. Mas, aí entra a questão de que o homem não possui nem 10% da lealdade e companheirismo que cães como o Gerson tinham. E tem mais, é assustador perceber que seu irmão - Belchior, o Bravo - permanece absorto em pensamentos, com olhares vagos, sentado no pátio, ao notar a ausência do chefe da matilha.
É, existem muitos seres humanos por aí que deveriam aprender com Gerson e Belchior. Aprender sobre ser leal, fiel, verdadeiro, honesto, e blá, blá, blá. A cada tombo da vida uma parte de mim também morre, como o Gerson. Morre se sentindo impotente, inerte, sem esperanças...(...)...

Vida De Cachorro
Os Mutantes

'Vamos embora companheiro, vamos
Eles estão por fora do que eu sinto por você
Me dê sua pata peluda, vamos passear
Sentindo o cheiro da rua
Me lamba o rosto, meu querido, lamba
E diga que também você me ama
Eu quero ver seu rabo abanando
Vamos ficar sem coleira
Vamos ter cinco lindos cachorrinhos
Até que a morte nos separe, meu amor!'

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Ele quer ser punk

Enquanto meus coturnos fazem barulho nas pedras da rua Oswaldo Aranha, no Bonfin, vou caminhando e percebendo detalhes dos anos 80, conhecidos como a década perdida, devido as crises econômicas vividas na decadência da ditadura. Estou na esquina de uma rua cercada por bares de diversos públicos e me encontro também no início da década de 80, período marcado pelo fim da repressão e princípio de vários movimentos de rebeldia, entre eles a cultura punk.

Meu cabelo moicano, roupa rasgada repleta de correntes e joaninhas, para muitos representam meu lado mau. Mas a diferença é que não somos maus, apenas queremos que os outros nos vejam como maus. Algumas quadras a diante encontro adolescentes na frente do bar Ocidente bebendo leite com suco de limão. O objetivo disso é provocar o vômito. Outra coisa que adoramos fazer é queimar jornais e ficar olhando o fogo crepitar em uma mancha cuspida de vermelho vivo. Assim vive um punk.

Este nosso estilo de vida nasceu de três vertentes, vindas de três países diferentes. Surgiu por meados de 1975 como uma manifestação cultural juvenil. Nos EUA o punk é caracterizado pelo niilismo, sem envolvimento ideológico e partidário, com muitos aspectos da própria cultura americana. Na Alemanha o punk é de extrema direita e na Inglaterra marcado pelo anarquismo esquerdista. Mas existem todos os tipos de punks misturados em todos os lugares.

Ao longe ouço um som de poucos acordes, rasgando as esquinas, que vem da rua Tomaz Flores. Esse som vem diretamente da “fortaleza” dos Replicantes, ou simplesmente bunker como José Antônio Meira da Rocha prefere chamar. Meira, que diz ter um estilo diferente dos demais punks, usando roupas do tipo militar, é professor do curso de jornalismo do Cesnors e na sua juventude viveu e conviveu com essa cultura punk. “Minha irmã começou a andar com uns punks e eu comecei também”, disse. Bunker é o prédio onde Os Replicantes, famosa banda punk de Porto Alegre, ensaiam, moram e tem a produtora de vídeo Vortex. Misturado ao som dos Replicantes ouço também um som Krishna, quem vem embalando meus pensamentos, me levando pra longe daqui. Pois ao lado do bunker existe um templo de Hare Krishna e pelas ruas essas duas melodias vão valsando aos ouvidos dos mais atentos.

Segundo Meira, Os Replicantes injetaram um pouco de profissionalismo no pessoal dessa época. Pois o comum do punk rock são pessoas que não sabem tocar nenhum instrumento, mas os compram mesmo assim, formando a banda. Meira conta uma história, segundo ele antológica, de quando Eron Heinz comprou seu baixo, ele nem sabia que tinha quatro cordas. Meira conhece muito de perto toda essa galera. A irmã dele chegou a namorar o Cláudio Heinz, guitarra. “O Eron, baixo, foi o primeiro que me ensinou informática; a primeira vez que comprei um computador tive lições com ele”, falou.

Alguns passos e me esbarro em outro punk. Fones de ouvidos, no velho walkman toca um De Falla. Lembro-me da capa do LP deles produzida por Meira. “Uma capa tridimensional; até hoje tem gente vesga tentando enxergar a capa em 3 dimensões” (risos), relembrou.

Enquanto pessoas jogam-se das janelas do Ocidente por diversão, decido seguir meu caminho e chego à metade dos anos 80, mais precisamente em 1985. Fico sabendo de um festival de rock que irá acontecer no Colégio La Salle Santo Antônio. Rock Tonho é o nome. O organizador do evento: Luciano Miranda, 15 anos. Garoto muito envolvido na cultura punk, relacionado mais com o lado político e ideológico do movimento. “O rock é só um resultado da cultura, talvez um dos resultados mais secundários, porque existe um aspecto muito maior”, comenta Miranda. Luciano Miranda é hoje professor de Jornalismo do Cesnors e naquela época utilizava os meios de comunicação para expor as suas opiniões a respeito do sistema.

Em uma esquina da Oswaldo Aranha avisto páginas de um jornal que o vento acertou em cheio num vôo rasante. O Sombra é o nome. Jornal produzido por Miranda como forma de manifestar a negação aos sistemas tradicionais de representação. Enquanto o Brasil vive um período de redemocratização, para a juventude da época o sistema não representava alternativa alguma para uma transição democrática. Isso caracterizou o punk da metade dos anos 80, jovens politizados e anarquistas.

Ao longe ouço um som estranho, vários pares de sapatos fazendo tamborilar o chão em uma marcha compassada. Com um susto avisto duas massas de pessoas, uma em direção à outra. De um lado punks anarquistas, de outro, metaleiros de direita. A batalha campal estava começando. Socos, facas, gritos. “Quando aconteciam essas batalhas, existia sim a simples aversão de grupo, mas tinha a coisa ideológica também”, lembrou Miranda.

Miranda gosta muito da música punk rock, mas da boa música, como fala ele. “O que me seduz nas músicas é a atitude política, anarquista, que se percebe nas letras”, comentou. Mas a moda, o verniz do punk, segundo Miranda são características de fachada. Ele conta a história da mulher de Malcom McLaren, produtor da banda precursora do punk rock no mundo Sex Pistols, que ao perceber uma grande forma de ganhar dinheiro com a cultura eloqüente que surgia, criou a fashion punk. Um visual punk a ser explorado. “Tem que ver o que é genuinamente punk e o que é criado”, critica.

Os bares vão fechando, eu andando mais uns passos e os anos 80 acabando. As gerações vão crescendo, os anos 90 batendo a porta, novas bandas surgindo, como a The Mullets, com Luis Fernando Rabello Borges na guitarra base. Luís veio de Canoas para estudar, e também passou a freqüentar a Oswaldo Aranha.

A rua que caminho já não é mais a mesma, os bares onde os punks se encontravam na maioria não existem mais. Não se lê mais O Sombra e nem se vê punk bebendo leite com limão. Mas às vezes, se fecho meus olhos bem apertados, consigo ouvir Wadner Wildner entoando “Sábado todo, eu chorei de mágoa; Minha garota foi pra Manágua“.

Luis é também professor de Jornalismo do Cesnors, mas é mais conhecido como Coxa. Na Oswaldo Aranha de Coxa ainda existem shows de bandas punks. “Bandas amadoras, que não chegaram a lançar disco, banda de garagem, mais pra fazer barulho no fim de semana” lembrou.

Coxa partiu para a área acadêmica, porque segundo ele, a vida ia complicada, pelas arruaças e brigas. “Comecei a estudar para me distrair dessa anarquia, me civilizar”, fala.

A palavra liberdade na época não era facilmente entendida pelos punks. Se vivia uma rebeldia adolescente. A cultura punk fez sucesso porque veio ao encontro do jovem reprimido, que se vestia de preto. “Hoje em dia o cara deprimido vira ‘emo’”(risos), comenta Meira.

Atualmente a rebeldia já não é tão comum. As pessoas quando querem se mobilizar usam a Internet, pois esse canal de comunicação é barato e de fácil acesso de todos. Movimentos de ruas já não são tão necessários. “Antigamente se lutava contra o sistema e dentro do sistema. Agora se pode usar as ferramentas do sistema para fazer o seu próprio sistema”, argumenta Meira. Rebeldia é muito romântica, mas não leva a lugar nenhum.

quinta-feira, 19 de julho de 2012


Enquanto a Carminha ainda não descobre que a Nina é a Rita, minha vida de retirante em busca de paz segue veloz feito um tordilho negro solto na estrada de terra. É impressionante como as horas passam apressadas quando o rigor e o compromisso de um trabalho já não se fazem mais presentes na rotina. Para ocupar o tempo ocioso e ajudar o mundo a ser um lugar um pouquinho melhor passei a fazer parte de uma ONG que cuida de animais abandonados. Confesso que não dou a vida pelos bichinhos, mas admito que se todas as pessoas se engajassem em qualquer causa que faz o bem seja a quem for, as coisas tomariam outros rumos. Palmeira das Missões nunca foi um lugarejo de pessoas organizadas, politizadas e dispostas a prestar serviços voluntários para melhorar o local onde vivem. Mas, percebo que agora grupos como esse que participo começam a criar corpo e responsabilidade, além das iniciativas solitárias que não chegam ao conhecimento da grande mídia.
Ainda com um pensamento do tempo dos coronéis incrustado, a cidade caminha a passos de formiga e sem vontade rumo ao desenvolvimento. Sempre fui destes adolescentes sonhadores que, angustiados, esperavam o momento de começar a faculdade e nunca mais voltar para a terra da erva mate, salvo as visitas à família. Porém, após alguns poucos anos vivendo fora, sinto que estava totalmente errada em querer sair o quanto antes daqui. Pois, é por pensamentos fugitivos como este que a vilinha da Palmeira se acostumou a ver ir embora toda a juventude, sagacidade, audácia, renovação e vitalidade daqueles que são os únicos aptos para mudar a realidade que nos encontramos. Aqui nada é como deveria ser. A saúde pública é um caos, não temos oportunidades de emprego, a cultura foi praticamente esquecida, e por aí se vai. Contudo, hoje me sinto responsável por isso, e de uma forma ou de outra quero tentar fazer a minha parte para que a cidade prospere...(...)...
Bom, prometo que voltarei em breve contar mais novidades, nos raros momentos que o frio não congelar os dedos.  

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Hoje não é uma noite inspiradora. Não sei por que, mas tenho a cabeça meio vazia de ideias hoje. Congeladas pelo frio, talvez. Mas precisava escrever...(...)... Tem vezes que precisamos falar tanta coisa, porém, parece que as palavras não encontram a concordância exata. Senti isso ao me despedir dos meus colegas de trabalho. Havia tanto a ser dito, mas foi tão cortante o momento de ir embora, que deixei para trás vários sentimentos. Queria contar o quanto aprendi nestes quase dois anos em Carazinho. O quão importante esta experiência foi para a minha formação, pois me formei jornalista ali, e não na faculdade. Queria contar o quanto aprendi sobre a vida, sobre seres humanos, sobre limitações físicas, emocionais, intelectuais. Fui até o meu limite, fui até o momento em que eu sabia que estava acrescentando. Conheci pessoas, milhares de histórias, e contei a minha história também. Escrevi meus versos nessas ruas, joguei-os ao vento, sem a pretensão de que alguém fosse se identificar com eles. Sentirei muita falta de tudo o que construí, amizades, descobertas, reportagens, idas ao interior – a melhor parte – até da solidão. Mas preencherei estes espaços com outras coisas a partir de agora. Quero ter o direito de não saber o que fazer da vida, pelo menos por enquanto. Quero sair por aí, correndo, sentindo o vento no rosto. Quero assistir TV com outras pessoas – nossa como isso faz falta. Assistir TV e rir sozinha dos seriados é a crônica da tristeza. Quero realizar sonhos, tirar fotos, ler. E agora eu tenho tempo pra isso.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Prazo de validade

Rodeada diariamente por tantas notícias, palavras e informações por vezes banais, chega a ser quase impossível chegar em casa de um dia massante de trabalho e me dedicar a escrever aquilo que eu realmente penso e quero para preencher a folha em branco. Os planos para esta noite eram manter-me na posição horizontal, aproveitando um breve momento sem trabalho extra para fazer ou uma pia cheia de louças para lavar, contentando meus neurônios com qualquer coisa idiota na TV. Mas, me irritei com essa novela das 9, dei um duplo twist carpado da cama, liguei uma música e resolvi despertar para a vida. Desisti também do meu sagrado repouso pela insistência dos condôminos da Vila do Chaves que felizes e didavosos gargalhavam no pátio. Vila esta que em breve perderá eu e meu barril.
Assim como tudo na vida, a minha permanência na Vila do Chaves chegou ao seu prazo de validade. Na verdade, todas as pessoas têm um prazo de validade em nossas vidas, se você observar bem, tem um cantinho entre a segunda covinha do sorriso e a primeira ruga no canto do olho que está escrito até quando. Pode parecer frio e egoísta pensar que nada pode ser eterno. Porém, esta é a vida, e da mesma forma que as pessoas chegam elas vão embora. E não sejamos hipócritas, quando alguém já não nos acrescenta em nada é comum perdermos o contato, deixarmos mais de canto. Como também, às vezes, perdemos contato com alguém que ainda tinha muito para contribuir com a nossa formação.
Digo tudo isto não por acaso, mas porque novamente um ciclo se encerra e outro se abre para mim. Percebi que já é comum escrever no blog sobre as minhas mudanças. Nunca vou esquecer do meu primeiro dia chuvoso carazinhense. E pelo que as previsões demonstram, meu último dia chuvoso carazinhense talvez não chegue a tempo. Bem que podia, para lavar de mim tudo aquilo que não quero carregar na mudança. Sim, partirei. E não vim aqui para pensar no que será de mim amanhã. Que se lasque o amanhã, já sonhei demais. 

terça-feira, 13 de março de 2012

A caçadora de pipas

Segunda-feira. Uma noite quente de um verão que anuncia seu final. Procuro dentro de casa pequenos detalhes para me ater, me ocupar. Olho pra minha estante cheia de livros, mil folhas amareladas que contam histórias de amizade eterna, amor incondicional, aventuras, guerras, vidas. Escolho alguns, apenas para passar os olhos, folhear, esperando as horas passarem até o sono chegar. Abro um, em especial, e vejo que nas ultimas páginas esqueci uma rosa, que hoje está apodrecida, fazendo as folhas mancharem. Rosa de uma época passada, de um passado distante. Viro o livro, analiso sua capa, a primeira folha, uma dedicatória apaixonada, uma data. Há aproximadamente cinco anos ganhei este livro, que conta uma história incrível de amizade, caráter, amor. Procuro frases, trechos, e encontro este, emocionante, escrito na última página.

‘- Por você, faria isso mil vezes! – me ouvi dizendo.
Virei, então, e saí correndo.
Tinha sido apenas um sorriso, e nada mais. As coisas não iam se ajeitar por causa disso. Aliás, nada ia se ajeitar por causa disso. Só um sorriso. Um sorriso minúsculo. Uma folhinha em um bosque, balançando com o movimento de um pássaro que alça voo.
Mas me agarrei àquilo. Com os braços bem abertos. Porque, chega a primavera, a neve vai derretendo floco a floco, e talvez eu tivesse simplesmente testemunhado o primeiro floco que se derretia.
Saí correndo. Um adulto correndo em meio a um enxame de crianças que gritavam. Mas nem me importei. Saí correndo, com o vento batendo no rosto e um sorriso tão grande quanto o vale do Panjsher nos lábios.
Saí correndo.’

Que ironia. Agora, toca no rádio uma canção antiga, que antes não fazia sentido algum, mas agora consegue dizer tudo... ‘Vai ter medo de que um dia ela vá mudar...’
Pra finalizar, ando meio sem inspiração, mas como me disse uma pessoa esses dias, nossas perspectivas somos nós mesmos que criamos. Vou tentar mudar, apensar de que, desde que eu tinha uns 15 anos, sei que a essência sempre vai permanecer. Vou assim, rasgando as páginas dos meus livros favoritos, dobrando-as em barquinhos, que me levem a algum lugar bacana... Vou sair correndo, como Amir, me agarrar no sorriso minúsculo, que mesmo que não represente nada, é apenas o primeiro, de vários flocos que derreterão quando a primavera chegar. 

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Filtro Solar

Se eu pudesse dar uma dica sobre o futuro seria: pense mais em você mesmo. Os benefícios a longo prazo da autocrítica são provados pela ciência. Já o resto dos meus conselhos não tem outra base confiável além de minha própria experiência errante.
Aproveite bem o máximo do tempo na companhia de outras pessoas, as faça sorrir, divida com elas o melhor pedaço de si. Ame com toda a força do mundo. Ou então, esquece... Você nunca vai entender mesmo que a vida é soma e não divisão até o dia em que se der conta de que todos foram embora no fim da festa e sobrou apenas você de sapatos na mão.
Tenha um cachorro. Ele é o ser mais fiel que você vai ter do seu lado. Coloque os pés na terra de vez em quando. Um dia vai sentir que está dando choque e precisa descarregar. Mantenha contato com a natureza. Não se preocupe com o que os outros vão pensar. Ou então, preocupe-se, mas saiba que assim muitas experiências bacanas serão deixadas para trás.
Beba.
Nunca se arrependa. Seja fã de uma banda de rock antes que eles morram e fiquem apenas nos seus LPs. Vá a um show deles e volte para casa sem voz, de preferência. Veja seu time ser campeão do mundo na casa do inimigo, não há euforia maior.
Grite.
Faça uma caridade. E não precisa ser uma doação material, pois abraçar alguém que se sente sozinho também é caridade. Tenha personalidade. E não precisa ser excêntrico, basta não ter vergonha de ser quem você é, independente de qualquer coisa.
Exercite-se.
Antes do que se espera você vai perceber que se enquadra em vários grupos de risco. Permita seu sangue circular.
Talvez você encontre o amor da sua vida no primeiro beijo, talvez não.
Talvez todas as suas certezas se tornem ruínas, talvez não.
Talvez você descubra o segredo da felicidade, se tiver sorte, talvez não.
Talvez você escolha uma profissão que lhe dê prazer, talvez não.
Perdoe.
Acredite sempre nas mudanças, e saiba que a capacidade de sonhar foi criada para que você use e abuse de sua criatividade. Não tema. Também não tenha pressa. É fundamental aproveitar o dia, sorvendo cada segundo que faz o ponteiro se mover. Nunca nos sentiremos satisfeitos com o que temos agora, mas tente, se esforce para agradecer por ESTE momento da sua vida. Às vezes passamos a existência toda sonhando com o amanhã, mas quando ele chega, ignoramo-lo, pois continuamos pensando no futuro. Aprenda a olhar para os dois lados quando atravessar no tempo.
Viaje
Conheça lugares, pessoas e sabores novos. Mas jamais, jamais esqueça daqueles poucos e bons. É para eles que você vai correr quando se sentir solitário.
More uma vez em Frederico Westphalen, mas vá embora antes de amolecer.
More uma vez em Carazinho, mas se mande antes de endurecer.
Tenha um hobby. Se distraia, pois quando chegar aos quarenta terá aparência de oitenta e cinco. Aceite que o preço do Kinder Ovo subiu, que os jovens estão desvirtuados e os desenhos animados sem graça. Aceite também que você envelheceu e pode fantasiar que, quando você era jovem, o Kinder Ovo custava R$ 1,00, os jovens mostravam a cara nas ruas lutando por seus ideais e que a Caverna do Dragão era o melhor desenho do mundo.
Mas, no filtro solar, acredite!