Rodeada diariamente por
tantas notícias, palavras e informações por vezes banais, chega a ser quase
impossível chegar em casa de um dia massante de trabalho e me dedicar a escrever
aquilo que eu realmente penso e quero para preencher a folha em branco. Os planos para
esta noite eram manter-me na posição horizontal, aproveitando um breve momento
sem trabalho extra para fazer ou uma pia cheia de louças para lavar,
contentando meus neurônios com qualquer coisa idiota na TV. Mas, me irritei com
essa novela das 9, dei um duplo twist carpado da cama, liguei uma música e
resolvi despertar para a vida. Desisti também do meu sagrado repouso pela
insistência dos condôminos da Vila do Chaves que felizes e didavosos
gargalhavam no pátio. Vila esta que em breve perderá eu e meu barril.
Assim como tudo na vida, a
minha permanência na Vila do Chaves chegou ao seu prazo de validade. Na
verdade, todas as pessoas têm um prazo de validade em nossas vidas, se você
observar bem, tem um cantinho entre a segunda covinha do sorriso e a primeira
ruga no canto do olho que está escrito até quando. Pode parecer frio e egoísta
pensar que nada pode ser eterno. Porém, esta é a vida, e da mesma forma que as
pessoas chegam elas vão embora. E não sejamos hipócritas, quando alguém já não
nos acrescenta em nada é comum perdermos o contato, deixarmos mais de canto.
Como também, às vezes, perdemos contato com alguém que ainda tinha muito para
contribuir com a nossa formação.
Digo tudo isto não por
acaso, mas porque novamente um ciclo se encerra e outro se abre para mim.
Percebi que já é comum escrever no blog sobre as minhas mudanças. Nunca vou
esquecer do meu primeiro dia chuvoso carazinhense. E pelo que as previsões
demonstram, meu último dia chuvoso carazinhense talvez não chegue a tempo. Bem
que podia, para lavar de mim tudo aquilo que não quero carregar na mudança.
Sim, partirei. E não vim aqui para pensar no que será de mim amanhã. Que se
lasque o amanhã, já sonhei demais.
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