quinta-feira, 19 de julho de 2012


Enquanto a Carminha ainda não descobre que a Nina é a Rita, minha vida de retirante em busca de paz segue veloz feito um tordilho negro solto na estrada de terra. É impressionante como as horas passam apressadas quando o rigor e o compromisso de um trabalho já não se fazem mais presentes na rotina. Para ocupar o tempo ocioso e ajudar o mundo a ser um lugar um pouquinho melhor passei a fazer parte de uma ONG que cuida de animais abandonados. Confesso que não dou a vida pelos bichinhos, mas admito que se todas as pessoas se engajassem em qualquer causa que faz o bem seja a quem for, as coisas tomariam outros rumos. Palmeira das Missões nunca foi um lugarejo de pessoas organizadas, politizadas e dispostas a prestar serviços voluntários para melhorar o local onde vivem. Mas, percebo que agora grupos como esse que participo começam a criar corpo e responsabilidade, além das iniciativas solitárias que não chegam ao conhecimento da grande mídia.
Ainda com um pensamento do tempo dos coronéis incrustado, a cidade caminha a passos de formiga e sem vontade rumo ao desenvolvimento. Sempre fui destes adolescentes sonhadores que, angustiados, esperavam o momento de começar a faculdade e nunca mais voltar para a terra da erva mate, salvo as visitas à família. Porém, após alguns poucos anos vivendo fora, sinto que estava totalmente errada em querer sair o quanto antes daqui. Pois, é por pensamentos fugitivos como este que a vilinha da Palmeira se acostumou a ver ir embora toda a juventude, sagacidade, audácia, renovação e vitalidade daqueles que são os únicos aptos para mudar a realidade que nos encontramos. Aqui nada é como deveria ser. A saúde pública é um caos, não temos oportunidades de emprego, a cultura foi praticamente esquecida, e por aí se vai. Contudo, hoje me sinto responsável por isso, e de uma forma ou de outra quero tentar fazer a minha parte para que a cidade prospere...(...)...
Bom, prometo que voltarei em breve contar mais novidades, nos raros momentos que o frio não congelar os dedos.  

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