quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Saudade Fininha

As pessoas queridas, porque insistem em ficar longe. O ser humano é feito de algum tipo de mecanismo que apita toda vez que algo está faltando, que um pedaço se perdeu. Parece que as coisas fogem do curso normal quando algo nos falta. E isso acontece tão automaticamente, como se não tivéssemos sugado daquela pessoa tudo de bom que ela pudesse doar. A velha frase, só se percebe o verdadeiro valor de algo ou alguém quando o perdemos. Mas não é necessariamente o valor que não enxergamos quando estamos perto. Porque sinto saudades de quem amo logo que entro no carro a caminho da rodoviária? Será que não o valorizei o bastante? Claro que não é isso! Um dia gostaria entender o porque disso. Não é a toa que somente na língua portuguesa existe a palavra saudade. E é uma saudade de tudo o que passou, do segundo que acabou de fazer o ponteiro declinar mais abaixo. Como pode? Da lancheira com sanduiche e leite com nescau; do ardor do mertiolate no joelho ralado; do cheiro do fim de tarde; da chuva que cai molhando os que saem do trabalho; risadas múltiplas e sem ter um porque; do suflê de chuchu da vó; da mãe gritando "volta pra dentro, tá tarde"; do primeiro olhar trocado; do cheiro do namorado... Neste momento nem namorado, nem mãe, nem gritos de irmãs loucas. Somente a saudade. Mas do outro lado estão do meu lado a família que eu escolhi, amigos que marcaram com vodka barata e baralho surrado uma parte de mim. Tu vê né , uma hora é a saudade de uns, noutra de outros. Nunca estamos acompanhados de todos aqueles que a bainha da vida andou arrastando por aí. Tem gente que diz que é só mesmo em velório pra juntar todo mundo. Bom, talvez seja. Dói saber que a cada passo que dou tenho que deixar pra trás pedaços de mim... "Quando estou contigo estou em paz"

Um comentário:

  1. Que lindooo Pri... hehe
    Vodka barata e baralho surrado.. hehe
    show!!

    Gosto muito dos teus textos...
    =D

    bjoss

    ResponderExcluir