segunda-feira, 19 de julho de 2010

Fazendo as malas

Bem amigos blogueiros, já diria Galvão. Muita, mas muita coisa aconteceu depois da última postagem. Primeiro começou com a caça às caixas de papelão, várias por sinal. Eu nunca poderei ser cigana ou fazer um retiro no Tibete, pois carrego comigo muitos pertences materiais. Discos, livros, bruxas e demais badulaques. Depois o chato ritual de encaixar, embrulhar no jornal velho, encontrar coisas perdidas debaixo da cama. É, Fredephalen Westerico sentirá saudade, e nós também. Estamos partindo, indo de volta pra casa... As caixas e tarecamas estão agora em cima do caminhão. Engatamos a primeira e pelo retrovisor a cena anda de trás para frente. Adeus rua da árvore de folhas cor de abóbora, deu pra ti cortiço, fui faculdade. Nunca mais inalarei a poesia daquelas ruas, não caminharei 30 minutos a pé para ir numa festa, não roubarei mais tijolos nem manequins da rua, muito menos sacolas com roupas para doação da lixeira da vizinha, para usar como prêmios no bingo, não haverá mais madrugadas insones onde conversávamos sobre os absurdos da igreja, almoçar às 4 da tarde, jantar arroz, feijão, massa e empanado as 5 da madrugada na volta do Pub, não ouvirei mais a flauta da menina de cabelos cor de limão, não verei mais um dos mais lindos pores do sol. Não viverei mais isso. Essas vivências ficaram para trás e a cada Km que ando, vejo-as edificando mais e mais dentro de mim. Para controlar a lamúria não penso muito nisso enquanto o caminhão se distancia. Apenas ando. Apenas sigo em frente. E cá estou, em casa novamente. Fredephalen Westerico, agora só para buscar o canudo, jogar para o alto o chapéu, brindar a espumante e depois, definitivamente, adeus. Hoje busco novos horizontes, um lugar quieto onde possa encilhar meu cavalo e uma cozinha aconchegante para me distrair... Aguardo respostas, soluções e desfechos. Talvez uma nova cidade, um emprego, mas nada certo. Apenas aguardo. Enquanto isso Dear Prudence e o barulho da chuva enchem o quarto de saudade. Os pingos perturbam a janela em uma sinfonia descoordenada, um fio de água escorre do alto do prédio e o cobertor pesado tenta me isolar do frio, mas meu cérebro vai congelando aos poucos, perdendo a criatividade de transformar em palavras um pouco da sutiliza diária. Tenho um manual para estudar, tenho saudade, tenho preguiça. Mas agora me despeço, vou ao encontro do meu manual, pois se nada der certo, viro Recenseadora!

terça-feira, 6 de julho de 2010

Pode alguém se sentir ambíguo? Pois estou me sentindo assim. Bom, a faculdade enfim acabou e por mais que eu acredite que este foi o período mais intenso da minha vida e que não existe gratificação mais reconfortante que sair do meio acadêmico, eu estou inquieta. Inquieta porque existe um monstro chamado: voltar para casa e aquela pontinha de incerteza que vezes faz bem, vezes faz mal. Parece que esta etapa da vida é como um buraco negro no espaço, é um lugar transitório, um lugar nenhum. Já falei várias vezes aqui que 'Fredephalen Westerico' deixará doces lembranças, daquelas que a gente senta desajeitado no sofá num dia de chuva e recorda de todas as coisas marcantes e que formaram a pessoa que somos. Sinto falta das pessoas frederiquenses e fico imaginando como vai ser difícil acostumar-se com essa nova realidade, onde Km e Km estarão nos separando. Mas, em contrapartida, a vida encaminha-se agora para o ápice da história, a independência verdadeira, o trabalho, como aquelas cenas de filmes onde o carinha anda solitário pela rua gelada, a caminho do trabalho, numa cidade completamente nova, cruzando com pessoas indiferentes. Quero muito que o desfecho disso tudo chegue logo, não sei se aguentarei ficar dentro deste buraco negro por muito tempo. Pois é fato, o mostro 'voltar para casa' assusta. Mas chega ser pacificador pensar que toda a rotina de estudante acabou, chega de provas, trabalhos, TCCs, noites em claro, muito café, crises de pressão alta em fins de semestre. Game Over. Agora a gente pula para a próxima fase do nosso jogo, completamente diferente, com novos prós e novos contras. A fase do emprego, da cidade nova, novas pessoas, um lar pra chamar de seu.